Paulo Alegria

Apaixonado desde sempre pelos aviões e pela aviação, nunca tive o tempo nem os conhecimentos necessários para concretizar essa paixão numa forma gráfica e resultado final que me agradasse.

Sendo desenhador profissional isso parecia um pouco estranho, mas a minha ferramenta de trabalho (AutoCad), não me permita grandes veleidades.

O ano de 2007 acabou por ser aquele em que me comecei a aventurar nos programas de edição de imagem; penosamente lá fui fazendo os meus primeiros perfis, mas apesar dos resultados encorajadores, sentia que tinha ainda muito espaço para evoluir.

Em 2012, como a muitos, o desemprego bateu-me à porta e com o mercado de trabalho incapaz de absorver grande parte dos desenhadores, ou pelo menos os desenhadores com a minha idade, lá entrei para as estatísticas.

Para não perder o ânimo e melhorar os conhecimentos que tinha adquirido, procurei manter a mente ocupada tentando melhorar e evoluir nas minhas ilustrações.

Comecei então a fazer formações em tudo o que estava relacionado com a minha profissão e, cereja no topo do bolo, comecei também a ter formações em programas de edição de imagem, quer em 2D, quer em 3D, isto já com o intuito de começar então a melhorar os meus perfis 2D e a modelar as aeronaves que sempre estiveram presentes no meu imaginário, agora com a qualidade que ambicionava.

Depois destas formações,  comecei a gostar mais da aparência com que os perfis ficavam, e em 2013 resolvi criar a que a minha primeira página, http://digitalhangar.blogspot.com/, onde mostro os meus trabalhos em 2D e também as publicações onde tenho participado, com algumas ilustrações.

Passados quatro anos surge o https://digitalhangar3d.wordpress.com/, onde começo a expor os meus modelos de aeronaves em 3D.

Apesar de hoje em dia a maior parte das minhas ilustrações serem em 3D (Blender), o Photoshop (2D) está sempre presente, sem ele não conseguiria dar uma aparência mais agradável e ainda mais realista aos modelos.

“… São muitas e muitas horas de volta das bases, pois em 3D  não nos podemos ficar só pela vista lateral, temos de trabalhar todas as outras vistas… quatro pelo menos!… e por vezes a coisa complica-se porque temos as naceles (suporte do motor à aeronave) nos aviões e as frentes e traseiras nos veículos que acabam por ser duas vistas completamente diferentes dos perfis. E, finalmente, temos criar os desgastes, os sujos, os parafusos, os rebites, etc!”

Ao longo destes últimos anos tenho colaborado com vários autores, em vários livros e publicações: Pedro Monteiro; José Matos; Gen. Nico; Gen. Mimoso; CTT; Força Aérea Portuguesa; Revista Aeroplane, etc.

Quero destacar uma publicação iniciada em 2016, que foi a mais desafiante e me obrigado a que eu me empenhasse ainda mais em apresentar ilustrações minimamente credíveis. A colaboração com o Cmdt Hugo Cabral, autor de um livro com publicação prevista para o final deste ano de 2021, sobre as aeronaves da Aviação Naval Portuguesa, para onde fiz trinta modelos em 3D, e “…o mais importante e gratificante foi o que resultou desta colaboração, o nascimento de uma amizade que eu muito prezo e espero que se venha a manter por muitos e bons anos!”

Paulo Herlander Alegria. 27 de Abril de 2021.