Opinião – Higino, um sair sem ir!

HIGINO, UM SAIR SEM IR!

Obrigado, Higino!

Há pessoas que nos passam despercebidas e outras que nem por isso, daí me atreva a escrever em poucas linhas um agradecimento à pessoa íntegra, ao piloto dedicado e apaixonado pela aviação, Higino Gonçalves, o qual dedicou os seus dias, sacrificando outras suas paixões, ao bem maior de amor de todos nós.

O presidente, da nossa associação APAU, fez nos seus silêncios, com uma direção constituída por muitos e onde poucos se dedicaram (acredito, cada um terá as suas explicações aceitáveis e que respeito), aquilo que nunca havia sido feito a nível nacional e que mais não foi que o granjear do respeito das autoridades aeronáuticas e partidárias (todas!), tornando a APAU um importante parceiro no sector!

A APAU, é hoje, sem duvidar, mais que uma representação dos pilotos de ultraleves, indubitavelmente, é a expressão de toda a aviação Ultraleve e Ligeira em Portugal!

Higino, o presidente que vai sair (sou contra a saída) é esse ‘chefe de esquadrilha’ que elevou os seus ‘asas’ à condição de ‘líderes’ de processos, Américo e Carlos Costa, só para dar dois exemplos de nomes (há poucos mais) que significam resiliência, competência e responsabilidade. Um presidente pode ser apenas o cargo, o título, o aparecer na televisão, falar a toda a hora do alto da sua vaidade, ser presente quando o não deve ser e destruir a possibilidade de elevar a associação à condição de parte credível nos processos de decisão junto da autoridade nacional, Higino foi o contrário, ainda bem!

Higino, é o presidente da credibilidade, o piloto que construiu uma escada de convergência para o entendimento e colocou a APAU no seu lugar neste Portugal!

A equipa de Higino está reduzida a ‘meia dúzia’ de pessoas, operou e operaram manobras “ar-terra” de relevo e de enormíssima dificuldade, algumas, muitas, fora do “envelope” em resultado de dezenas de reuniões, centenas de horas de trabalho fechado, onde se discutiam estratégias e se geriam frustrações, mas sem nunca deixar de ter como centro todos nós!

Há vitórias e meias vitórias, assim como o seu contrário, a APAU e a ANAC, andaram sempre nas ‘meias vitórias’ e nas ‘meias derrotas’, mas onde o diálogo imperou e o respeito pela nossa associação se afirmou e o mútuo se firmou, foram e são caminhos longos, como atesta o resultado, com uma vitória e meia vitória, na taxa de carbono, onde o equilíbrio é volátil, conforme podemos constatar no Orçamento de Estado de 2024.

Baixar a guarda é deixar sair o piloto Higino Gonçalves e a sua equipa focal… é para mim motivo de preocupação, a APAU não pode regredir, não pode perder-se no narcisismo e no fanfarronismo de quem vier a seguir.

Sabemos o que não queremos, mas somos responsáveis o suficiente para dar mais? Não vejo caminhos, vejo trilhos antes percorridos e que não foram felizes.

Sou a favor de um segundo mandato que tenha o piloto Higino Gonçalves no cargo de presidente, ladeado do Américo, do Costa, da Maria José, do Pedro Costa, do José Rocha, do Monteiro, entre tantos outros, de valor no ambiente como na capacidade e competência.

Na saída do Higino, gostaria de ver revertida a decisão, sublinho o que já escrevi um dia: um sair sem ir!

Antonio Veladas

Sócio APAU!

ajzveladas@gmail.com

(Escrevo, emotivamente, numa manhã de sábado, 13)

Antonio Veladas, Janeiro de 2024. Fotografias gentilmente cedidas por João Oliveira, com direitos do autor.

Nota Cavok.pt – O artigo publicado é da responsabilidade do seu autor e não compromete ou vincula o CAVOK.pt aos conteúdos, ideias ou intenções. O autor do artigo não recebe, nem irá receber qualquer compensação directa ou indirecta, referente à opinião expressa. O CAVOK.pt não interfere ou analisa o conteúdo pelas ideias, opiniões ou intenções mas apenas ajusta a formatação gráfica do mesmo.