Trapo e Tubo – Livro por Mike Silva

O fascínio pela aviação… o puro vício pela eloquente música de um motor em estrela, pelo cheiro a AvGas queimado e com a adrenalina do voo a correr-lhe nas veias, Mike Silva vive o mundo das máquinas voadoras puras e cruas como ninguém….e isso sente-se e contagia

Trapo e tubo” é o livro de Mike Silva, um “louco” pela aviação nascido em Portugal e a viver em Inglaterra há mais de quinze anos.

Mike Silva é colaborador desde o primeiro dia do cavok.pt com artigos técnicos, profundos e irreverentes e neste seu livro descreve de modo simples e contagiante o seu percurso e fascínio que desde tenra idade, nutre pelo mundo da aviação em todas as vertentes.

As suas experiências como mecânico, como piloto, como fotógrafo e como apaixonado pelo voo. As suas incursões em campos de voo na Inglaterra e a teimosia de não se libertar de Portugal, dos amigos portugueses e de, assiduamente fazer das suas férias, as passagens pelos vários aeródromos e pistas de Portugal.

Mike Silva é membro da British Microlight Aviation Association e detentor de licença de pilotagem de ultraleves PPL (M). Em 2010 criou o Portuguese Aircraft Restoration Group, que reúne entusiastas de aviação portugueses residentes em Inglaterra, que ajudam na preservação e restauro de aeronaves nos tempos livres.

Trapo e tubo poderá ser encomendado directamente a Mike Silva clicando AQUI.

Eis um pequeno excerto da paixão de Mike Silva em “Trapo e tubo”:

“...Saí daquele cinema com a música de Kenny Loggins na cabeça. O centro de recrutamento da Força Aérea era do outro lado da rua. Um presságio, se calhar. Mas por ora teria de voltar para casa e terminar pelo menos o ensino secundário. Ainda iria demorar alguns anos para tentar ingressar na Força Aérea…

No ano seguinte seria o Tiger meet na base aérea do Montijo. Foi o meu primeiro festival aéreo militar. A Transtejo disponibilizou uma carreira fluvial nesse dia, de propósito para quem quisesse ir ver o festival, pois previa-se uma grande afluência de visitantes de toda a grande Lisboa.No barco, diversos entusiastas discutiam a capacidade e as qualidades e defeitos das aeronaves da FAP, e eu ouvia admirado com tanto sabedoria. Que os Fiat estaríam melhor equipados com este ou aquele míssil. Que os A7 deveriam ter este ou aquele sistema. Para mim era como se estivessem a falar sobre lagares de azeite. Durante o dia, as pessoas acotovelavam-se para ver o interior de um C-130. Lembro-me de aguardar muito tempo na fila que entrava lentamente dentro de um Hércules, e de ter chegado a minha vez de ver o cockpit e ter dito, à laia de desabafo de ter estado tanto tempo ao Sol “ Ok, depois quando vier para cá tenho tempo de ver isto como deve de ser. “ Mas antes tens de cortar essa gadelha”- Disse-me gracejando um sargento de bigode com casaco de cabedal castanho . Fiquei fascinado com um piloto de um F-104 “ que ia a caminho dos EUA e parou só para participar umas horas no Festival”. À hora do almoço, lá levantou ele, fez uma demonstração subindo a pique até ficar fora do alcance, e lá foi ele para o Atlântico. Este festival colocou a Aviação definitivamente na minha mira, e não tardaria em breve, se tudo corresse bem, em ingressar na Força Aérea Portuguesa. Para já iria comprar um casaco verde igual ao do Tom Cruise para pôr uma data de emblemas.

Mike Silva Vulcan

José rocha. Publicado em Abril 2016. Republicado em 10 de Abril de 2020