Realizou-se no dia 18 de Outubro de 2016, pelas 18:00 horas no ISEC LISBOA, um seminário, organizado por EURICO DE BRITO, da GAIR e coordenador do Mestrado do ISEC em Operações de Transporte Aéreo, subordinado ao tema AEROPORTOS E NAVEGAÇÃO AÉREA, VISÃO INTEGRADA E SISTÉMICA.
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O Seminário contou com as intervenções do Comte Ivo Silva, ex-director dos Serviços Técnicos da ANA e Director Operacional do Aeroporto de Macau, do Controlador de Tráfego Aéreo Jaime Valadares ex- director de Navegação Aérea da ANA, EP e chefe de Divisão de Operações do EUROCONTROL e com o Controlador de Tráfego Aéreo Arqº Rui Marçal, Controlador de Tráfego Aéreo, membro representante da APCTA, Associação Portuguesa de Controladores de Tráfego Aéreo, tendo sido participado por cerca de 100 pessoas, entre profissionais do Sector e alunos das Licenciaturas e Mestrado do ISEC ligados às Ciências e Gestão Aeronáuticas e Operações de Transporte Aéreo.
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Nos participantes destacaram-se vários membros do recém-criado Conselho Estratégico para a Investigação Científica e Tecnológica e Operações de Transporte Aéreo, presidido por Manoel Torres (TAP) e um número significativo de profissionais da Aviação, maioritariamente das áreas do Transporte Aéreo, Aeroportos, Controlo de Tráfego Aéreo, Handling e Treino. De relevar a presença de vários controladores e profissionais ligados à problemática analisada, com foco na INTERACÇÃO ENTRE OPERAÇÃO DE TRANSPORTE, INFRAESTRUTURA, SISTEMAS, GESTÃO AEROPORTUÁRIA, GESTÃO E CONTROLO DO TRÁFEGO AÉREO, ASSISTÊNCIA EM ESCALA (Handling) E PESSOAL LIGADO A ESTAS FUNÇÕES.
A crescente procura por parte dos operadores aéreos da zona de Lisboa e o seu previsível aumento, estão a gerar restrições crescentes no que toca à concessão e gestão dos “slots” aeroportuários e de espaço aéreo, ou seja, é hoje um assunto de primeira prioridade o estudo de como estender a capacidade em termos de movimentos tendo em conta o crescente e rápido esgotamento do espaço aéreo e aeroportuário de LISBOA, numa perspectiva de curto prazo e de médio e longo prazo.
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A APCTA promoveu na passada sexta-feira 14-10 um colóquio sobre este tema tendo concluído que a escassez de espaço para expansão de tráfego em Lisboa é mais grave em termos de espaço aéreo do que no que toca à infra-estrutura e gestão aeroportuária, embora nesta área também se verifique uma necessidade urgente de soluções. No entanto, segundo Rui Marçal o assunto coloca-se numa perspectiva integrada, sendo que a falha de um dos vectores que sustentam as operações de voo acarreta a falha de todo o sistema. Nesta conformidade este tema assume-se, tanto para profissionais como para académicos e políticos, como uma área que necessita de profunda investigação e estudo para que as decisões de investimento e de gestão cubram as necessidades de curto e de médio prazo de uma forma segura e sustentada.
Vários aspectos foram sublinhados, entre eles os da configuração das pistas e táxi-ways, no que toca às saídas rápidas das aeronaves, o processamento de filas, aterragens, descolagens e tempo de separação (2 minutos em Lisboa versus 1 minuto em Aeroportos que não têm restrições em termos de obstáculos e divisão restritiva de espaço), fluidez de sequenciação, atitude e performance dos profissionais e operadores em termos de prontidão às indicações do Controlo, divisão do espaço aéreo entre civil e militar com restrições significativas de espaço aéreo civil apesar de existir uma boa articulação, paragens nas operações civis por motivo de operações militares, alterações de planeamento, falta de comunicação entre os operadores e as organizações que contribuem para o fluir das operações.
Rui Marçal, referindo a crescente procura de Lisboa, em que os tradicionais picos de tráfego deram lugar a uma enchente por vezes imprevisível apontou 3 vectores, anteriormente desenvolvidos pelos palestrantes, como fundamentais para uma melhoria na disponibilização do espaço aéreo e como configurando uma mesa de três pernas, em que falhando uma das pernas cessa a sustentação da mesa:
1. TECNOLOGIA;
2. ESPAÇO AÉREO;
3. PROCEDIMENTOS
O aumento significativo de capacidade não se resolve apenas com mais um aeroporto, mas com soluções estruturais e sistémicas, sendo também urgente a resolução do curto-prazo, dado o aumento de tráfego que se continua a verificar em Lisboa, o que, sendo uma satisfação para todos acarreta de todos soluções de eficácia e continuidade.
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Press release Dr. Eurico de Brito, ISEC. 26 de Outubro de 2016.