A Lista

Nunca te é concedido um desejo sem que te seja concedida também a faculdade de torná-lo realidade. Entretanto, é possível que tenhas que lutar por ele

― Richard Bach


Era uma vez…

Desde miúdo que acho que uma boa história (ou será estória – agora nunca sei) deveria começar sempre por: “Era uma vez…”

Mas a história que me assalta o pensamento é a de Aladim, ou Aladino ou ainda, em árabe  علاء الدين, cuja transliteração é ʻAlāʼ ad-Dīn. (não vá o diabo tecê-las… e além do mais, dá assim como que um ar de entendido…)

Esta introdução porque todos nós gostaríamos de ter um génio da lâmpada que nos concedesse todos os nossos desejos. Desde os mais simples e inocentes até aos mais sofisticados e carregados de luxúria – já estou a imaginar os leitores com pensamentos atrevidos sobre fatos completos de latex negro, algemas cor-de-rosa, chibatas com penas, divisões da casa com lâmpadas néon roxo e espelhos no teto. Enfim, um imaginário que faria corar a senhora Erika Lenard James (mais conhecida por EL James. Não? a autora das 50 Sombras…. Ahhhhh agora sim!)

Como, infelizmente, a história do Aladim não passa disso mesmo – uma história – temos de ir vivendo com aquilo que temos e sonhar aquilo que, um dia, talvez possamos vir a fazer.

No que diz respeito à lista de “must do” ou “must have” aeronáutico cá vai a história.

Era uma vez uma lista de desejos…

1 – “Sacar a licença”

Check!

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Este é o mais importante deles todos. Não acreditam?

Ora revejam estes artigos! Todos publicados no CAVOK.pt

Apologia do vôo – por Mike Silva

 “(…) Voámos pela Vida fora, mesmo sem estar dentro de nenhum avião. Para locais de sonho, para locais onde queríamos estar. A oportunidade de voar é um privilégio único, quer no sentido imaginário, quer no sentido real. Pouca importa para onde vamos. O que interessa, é o fascínio que esse voo tem de perdurar por muito tempo dentro de nós. É essa a magia do voo”

LINDO!

Levantar Voo aos Cinquenta – por Higino Gonçalves

“O que leva um indivíduo aos cinquenta anos (…)a ir tirar a licença de piloto de ULM?

(…) Foi muito interessante constatar que, mesmo apesar de gozar de meio século de vida havia, não obstante, como que um compartimento onde nunca tinha entrado.”

INSPIRADOR!

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2 – Ter o seu próprio avião

Check!


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Seja sozinho ou em sociedade!

Um dos mecânicos mais conceituados “na nossa praça” diz-me muitas vezes:

 – Ó meu amigo… não sei o que lhe ensinaram na formação… mas enganaram-no bem!.. o que faz voar os aviões… meu amigo… é o dinheiro….

É bem verdade! Mas…

Quanto vale um sonho? Quanto vale a liberdade de afirmação? Quanto vale ter uma máquina que nos eleva nos ares e nos faz sentir um pouco mais perto do céu?

Quanto vale?…

Não sei… mas não é assim tão (estupidamente) caro.

O pensamento budista diz-nos que felicidade e o sofrimento não estão nas coisas em si, mas na forma como nos relacionamos com elas. Ensina-nos, também, que devemos praticar o despego… (bem… eu antes de ter avião tinha uma Susuki GSX 750 que vendi! e que a minha mulher usou para comprar um sofá. Mas esta é uma história de despego para outro dia!)

Querem ter uma ideia? Ora leiam ou releiam:

Do sonho à realidade… – por João Manuel Taveira

“Hoje em dia, tenho o sonho realizado e sou co-proprietário daquela que denomino como “A Mais Linda Máquina de Guerra Que Cruza Os Céus de Portugal”, vulgo, o “Spirit of Benavente”. Um Best of Sky Ranger, de matrícula CS-UNX, que muito, mas muito gozo me dá operar, e que me tem proporcionado belas “esvoações” na paisagem portuguesa, para além de me permitir o convívio com Gente-do-Ar, comunidade caracterizada por um muito são espírito de convívio e camaradagem.”

Tenho tanta inveja por não ter sido eu a escrever este comentário:

“E ri-me À BRUTA com a expressão “punha as fuças no ar”! também eu! E a condicionante dos olhos, também eu passei por tal.”in comentários,  PEDRO GOMES

Tirando a condicionante dos olhos, TAMBÉM EU!

TAMBÉM EU!

A partir daqui a enumeração deixa de fazer sentido… não há um item da lista mais importante do que outro. Se eu pudesse, escrevia-os todos na mesma linha!

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3 – Voar de Planador

Check!


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Já faz mais de 20 anos! No entanto recordo-me de quase todos os pormenores como se fosse ontem.

ASK-21 – O Ferrari dos céus como era chamado pelos instrutores. Call SignEagle One”. Foi o primeiro avião onde voei sozinho!

É um planador bi-lugar com 17 metros de envergadura, carlinga transparente, trem de aterragem constituído por uma única roda ventral e com um peso máximo à descolagem de 600kg.

Para quem não tem motor “este menino”, cruza os céus a 180Km/h e no limite vermelho do velocímetro tem escrito 280km/h.

Totalmente acrobático. Se bem me recordo o “Aileron Roll”, “Barrel Roll” e o “Slow Roll” iniciavam-se com nariz em baixo a 180km/h e o “Looping” era iniciado a 200Km/h.

Para um “puto” com vinte e poucos anos foi qualquer coisa de fabuloso.

E continua a ser… Aaaaaaaaaagrrrrrrrrrh!!!!! Como é bom voar apenas com o som do vento a passar pela carlinga.

E os senhores aviadores desta categoria têm ainda uma premissa na qual são exceção na aviação. São os únicos para quem um “borrego” não passa de um cordeiro com menos de um ano.

4 – Voar de balão de ar quente.

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Esta coisa dos “mais leves do que o ar” tem que se lhe diga! Não sei se lhe chame voar, ou simplesmente ser elevado. Diz quem já experimentou que é uma espécie de elevador, de purificador da alma, o silêncio da paisagem interrompido aqui e ali pelo sussurro dos queimadores.

Algo único!

De lá de cima nunca experimentei… mas a avaliar pelo colorido das fotos é algo que merece, definitivamente, estar nesta lista.

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5 – Voar de anfíbio.

CAVOK.pt
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Atenção! A leitura dos artigos seguintes pode provocar adição grave. Aconselham-se os leitores mais sensíveis a moderar a sua leitura (ou não!):

Artigos de Pedro Gomes

Eu avisei… não avisei…

“Amigo Pedro, adorei a loucura da sua história assim bem como o seu Mea culpa…

Naturalmente, entenda-se que tal aconteceu nos loucos anos 80.S, dos loucos das máquinas voadoras e das aprendizagens empíricas!

No entanto, não deixa de ser uma moca ler este seu relato!

Confesso, estive a beira de um orgasmo mental!!!!” – in comentários, PAULO RIBEIRO

Então está bem!

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 6 – Voar um “militar”…

Check!


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Bom bom! … seria pilotar aquilo a chamamos de warbird. Qualquer amante de aviação tem de querer voar num pedaço de história. Mas como não há muitos destes, qualquer avião militar serve.

E para quem acha que a emoção só está nos aviões da caça gostava que tivessem a oportunidade de experimentar um voo táctico de C-130, uma caça aos submarinos com um P3P Orion ou, uma voltinha pelo Vale Escuro (Mafra) de Alouette III.

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7 – Voar um acrobático…e experimentar acrobacia!

Check!

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Ver o mundo de cabeça para baixo é uma experiencia inolvidável. Não deixe de experimentar um aileron rol e um looping. Perfeitamente executados, nem se notam.

Se for mais aventureiro… o programa completo: Cuban Eight, Hammerhead,  Stall Turn, Immelmann, Roll-off-the-top, Split S, Snap Roll, Flick roll, Flick… etc.. etc… etc

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8 – Experimentar uma “vrille” ou “spin

Check!

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Controverso!!…

Eu sei… calma… deixem-me explicar! (depois podem arrasar nos comentários)

Em ultraleves é uma manobra expressamente proibida! Eu sei!….

Há cerca de vinte e pouco anos fiz um programa da força aérea que se chamava EAV (Estágio de Adaptação ao Voo). Na altura a vrille era uma manobra obrigatória que se executava a partir da terceira hora de voo. Era a única manobra que se iniciava a 8000ft (sobre Cuba – Alentejo) e que, se não estivesse recuperada aos 4000ft, requeria outra manobra chamada “bail out” :-). Lembro-me que a primeira lição que tirei foi: “afinal os cintos de segurança podem ser apertados mais 10 cm”.

Ter alguma vez experimentado deixa-nos muito mais alertas. A rapidez com que acontece e a “violência” das reacções faz-nos querer estar sempre do lado da vida na “linha do homem morto”.

Experimente! Naturalmente, num avião qualificado para tal e com um piloto credenciado e com experiência neste tipo de manobra.

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9 – Batizar alguém …

Check!

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Os aviadores são as pessoas mais generosas do mundo!

“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.”

– Dalai Lama

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 10 – Voar asa rotativa …

Almost check… (do lado esquerdo não conta)


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Quem é que nunca ouviu no rádio um piloto que ao falar parece sempre que está a gaguejar?

Os amigos “ventoinhas” têm um lema:  “Helicopter pilots do it better”. Será?

Pois não sei! Mas que ando doidinho para experimentar… lá isso ando.

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 11- Aventurar-se …

Checking… not yet completed

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Embarcar numa aventura aeronáutica. Convide uns amigos ou faça-se convidado. Seja um fim de semana comprido ou uma semana inteira.

Seja uma almoçarada no campo mais a norte de Portugal (ou a Sul para quem já está no Norte) ou uma viagem ao estrangeiro…

Seja aterrar numa pista modesta de 300m ou num aeroporto internacional.

Estou certo que será algo extraordinário.

Ah é verdade! E conte-nos a sua história aqui no CAVOK.pt 🙂

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Carlos Miguel Costa. 20 de Agosto de 2017. Fotos por Frank Mckenna, Bruno Águas, Carlos Costa, Konrad Wojciechowski, Daniela Cuevas e Richard Tilney Bassett.

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