Should I fly today?

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Voo, entre muitas definições é a capacidade de algo ou alguém ser capaz de se suster e movimentar no ar por meio de asas ou outros meios mecãnicos. Voar é a arte que une todos os que amam a aviação, seja ela ultraligeira, ligeira, privada, comercial, executiva, charter…

Para todos os tipos de aviação existem regras, procedimentos específicos, uns mais complicados do que outros, leis, certificações, licenças e uma série de outros requisitos inerentes à segurança aérea. Contudo para estarmos aptos para voar é necessário a passagem por um curso, seja ele qual for, e mais tarde é necessário a prática do voo.

Os cursos de pilotagem, nas suas variadas vertentes servem para formar pilotos, pilotos esses que um dia mais tarde irão voar sob as suas próprias licenças. Apesar de os objetivos finais desses cursos serem completamente diferentes existe sempre um objetivo comum que nem sempre é atingido da melhor forma, a segurança aérea. Poderia começar a desenrolar a minha opinião acerca dos diferentes cursos, contudo não é isso que me leva a escrever este simples texto.

Na realidade, o que me leva a escrever prende-se com muito mais do que apenas opiniões. Assisto todos os dias a verdadeiros atentados à segurança aérea. Não me refiro a terrorismo no verdadeiro sentido claro está, contudo por vezes quem voa de forma não preparada e consolidada é na verdade um verdadeiro terrorista mais que não seja contra a sua pessoa.

Voos mal preparados, saídas à pressa, NOTAM’s esquecidos, TAF’s por ler, inspeções por fazer são muitos dos erros que todos os que voam já cometeram ou estão para cometer um dia. Ninguém tem intenção de se aleijar, mas as correrias e a vontade de voar por vezes fala mais alto do que a própria segurança e só se faz ouvir quando já é tarde demais. Recordo a máxima “mais vale estar no chão arrependido de não ter ido voar, do que estar a voar arrependido de ter deixado o chão“.

Não devemos recriminar atitudes nem apontar o dedo a quem não faz o que deve por não saber, devemos é explicar, sugerir e partilhar informação da forma mais racional possível. Todos temos algo para aprender, quer tenhamos 1 ou 20.000h de voo. Assim sendo venho aqui sugerir algumas práticas que considero serem essenciais na preparação de um voo de qualquer tipo.

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Após ter sido tomada a decisão de se realizar um voo, a sua preparação pode, na grande maioria das vezes evitar o incidente/acidente.
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Essa preparação deve sem sobra de duvida englobar no mínimo os seguintes aspetos:
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– NOTAM’s
– Meteorologia
– Plano de voo
– Massa e centragem e performance
– Inspeção à aeronave
– Briefing sucinto sobre o voo (caso seja em duplo comando, e/ou acompanhado de passageiro)
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Recordo que a busca de informações deve sempre passar por fontes oficiais, todas as outras fontes de informação são úteis mas não devem ser encaradas como 100% fiáveis.
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NOTAM’S
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– NAV AIS – ” www.nav.pt
– Eurocontrol EAD – ” www.ead.eurocontrol.int ” > implica conta
– CAVOK.PT – fonte não oficial mas com uma elevada qualidade e prontidão
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A procura de NOTAM’s não se deve resumir ao aeródromo de partida, deve também incluir informação para o aeródromo de destino, para alterantes, para a rota e não se deve cingir à janela temporal do voo (deve contar com umas horas depois, nunca se sabe o que poderá acontecer).
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Meteorologia
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– IPMA – ” http://brief.meteo.pt/nsweb/FlightBriefing/#showLogin ” > METAR’S e TAF’s acessíveis sem conta, para utilizadores com conta disponibiliza também cartas meteorológicas
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Deve ser analisada a meteorologia mais recente (idealmente na ultima meia hora). Para quem sabe descodificar e ler TAF’s e METAR’s estes são a melhor informação. Na analise dos TAF’s não se deve ter em conta apenas a janela temporal do voo… Especial atenção a tetos baixos, ventos fortes, presença de CB’s e outras nuvens com atividade associada.
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Plano de voo
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– Independentemente da natureza do voo, deve ser sempre submetido um plano de voo (via email, telefone, presencial, AFIL, fax…). O plano de voo garante não só a notificação do ATC para a existência do mesmo como é uma forte ajuda em caso de acidente (SAR).
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Massa e centragem e performance
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– Independentemente da experiencia do piloto no tipo de aeronave, deve ser sempre realizado um calculo de massa e centragem bem como performance (TO e LDG).
– Relembro que a ta, vento, elevação, pressão atmosférica e condições de pista tem efeitos sérios na performance da aeronave.
– AS CONDIÇÕES MUDAM DE VOO PARA VOO
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Inspeção à aeronave
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– Deve respeitar sempre o manual da aeronave
– Deve ser realizada entre voos!
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Briefing
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– Esclarecer quem é o piloto a voar (só 1 é que voa!)
– Acordar gestão de voo em caso de emergência (quem faz o que)
– Rever um briefing de emergência (procedimento em caso de RTO, falha de motor  após descolagem, em voo…)
– Caso voe com um passageiro não familiar com a pratica de voo, explicar regras básicas de emergência, onde pode ou não mexer, operação dos cintos de segurança…
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Depois de se ter passado por todos os passos acima mencionados (no mínimo), rever se é possível ou não a realização do voo.
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Não serve de nada arriscar só porque sim.
SAFETY FIRST!
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Bons voos, Carlos Palos

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