Projecto Lusitânia 100

A missão da Associação Lusitânia 100 é divulgar internacionalmente a 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, realizada por Sacadura Cabral (piloto) e Gago Coutinho (navegador) em 1922, entre Lisboa e o Rio de Janeiro.

Teve etapas nas Ilhas Canárias, Cabo Verde, Penedos de S. Pedro e S. Paulo, Fernando Noronha, e Recife, com mais algumas escalas no Brasil.

Foram usados 3 aviões Fairey III, de 3 modelos diferentes, incluindo o modelo único na história da aviação mundial, o Fairey III “Transatlântico”, concebido especialmente para esta viagem.

Nesta viagem foi usada, pela primeira vez na história da aviação mundial, navegação aérea astronómica de precisão.

Para tal, Gago Coutinho criou métodos astronómicos de cálculo rápido de posição, que permitiam usar os dados recolhidos por três aparelhos desenvolvidos por ele, em Portugal: o astrolábio com horizonte artificial, o corrector de rumos, e o taquímetro.

Os seus métodos de navegação de precisão permitiram-lhes encontrar um navio, após uma viagem de 11h21m e 1682 km sobre o Atlântico, sem qualquer apoio de superfície, sem TSF, e sem qualquer referência visual externa, para além do Sol.

Em 2018, estamos a divulgar todas as etapas da viagem, recorrendo ao Relatórios da Travessia, elaborados por Sacadura Cabral e Gago Coutinho.

Assim, entre 30 de Março e 17 de Junho de 2018, publicaremos no Lusitânia 100 Facebook as principais actividades da Travessia.

Acompanharemos cada etapa, com a sua preparação, a partida, os principais acontecimentos, e a chegada.

Convidamos-vos a acompanhar-nos nesta viagem épica, que em 1922 homenageou o 1º Centenário da Independência do Brasil, ligando 4 países, 3 continentes e 2 hemisférios terrestres.

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30 Mar 1922 [0530]
A 30 [de Março de 1922], antes de romper o dia [~06H25], fez-se alvorada, e após um rápido exame do barómetro e do estado geral do tempo, decidia a partida e dei ordem para se por o hidroavião na zorra.
Apesar de não se ter anunciado a viagem, iam chegando muitos visitantes.
Nenhumas aprehensões [sic] e uma grande confiança em que tudo correria bem.
O Comandante Coutinho começou arrumando os instrumentos e livros de navegação.
O mecânico Tips põem o motor a trabalhar ao ralenti. O dia ia rompendo.
Vento fraco de NNW, um ligeiro chuvisco.
[0645]
Ás 6h45 aperto a mão de alguns visitantes, cujo numero já excedia uma centena, e depois de apresentar a minha despedida a S. Ex o Major General, que nos dera a honra de vir assistir à largada, embarco e dou ordem para arriar o hidro.
O hidro-avião entra na água. Um pouco mais de gás, e ele ahi vae hidroplanando até à entrada da doca do Bom Sucesso, Ainda tenho tempo para esboçar um último adeus, e uma vez sahida a apertada garganta da doca, corto para a outra margem do rio, afim de tomar posição para descolar.
[0700]
Às 7h meto face ao vento, e a toda a força do motor.
“Alea jacta est”. O motor gira a 1800 rotações por minuto e o hidro, apoz uns 15 segundos de corrida, descola sem dificuldade, tendo a bordo 220 galões de gasolina e 15 de óleo.
Sobre a terra um ligeiro aguaceiro, e um arco-iris completo envolvendo a historica Torre de Belém como n’uma aureola de gloria.
O último adeus e voltando suavemente, meto a proa ao Bugio, sobre o qual passamos às 7h 5m
Estava assim iniciada a travessia aérea Lisboa-Rio de Janeiro.
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Moura Ferreira. 05 de Abril de 2018. Imagens retiradas do Lusitânia 100 FacebookPinturas António Six

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