Viagens aéreas à India

No âmbito do Instituto Bartolomeu de Gusmão, decorreu quinta-feira dia 27 de Abril de 2017, a palestra do jornalista Vasco Callixto sob o tema “Viagens Aéreas à India”, no Salão Nobre do Palácio da Independência.

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Vasco Callixto referindo a personalidade Carlos Bleck que teve o privilégio de conhecer, referiu ser figura ímpar na historia da aviação Portuguesa como sendo o primeiro aviador civil português a obter brevet civil de uma Escola Militar e a voar sozinho sobre três continentes.

O despertar para a aviação em Carlos Bleck ocorre com o feito de 1922 da primeira travessia aérea do Atlântico Sul de Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

Ficou traçada a sua profissão de vida.

Após ter sido exibido um pequeno filme da descolagem de Carlos Bleck na Amadora “a Meca da aviação” foi feito uma pequena cronologia da viagem.

Em 1928 Carlos Bleck descolara de Alverca a 9 de Fevereiro, aos comandos do avião “Portugal”, lançou-se na primeira viagem aérea, sozinho, com rumo à Índia, mas com uma avaria mecânica, aterrou de emergência em Gaza, na Palestina, numa aterragem forçada que lhe destruiu o avião. Mais de 7000 km voados.
Regressa de comboio ao Porto e depois ao Rossio onde é recebido em apoteose por milhares de cidadãos.
Apesar do incidente, Carlos Bleck continua com a Índia no pensamento e, em 1934 a 19 de Fevereiro, deixou Sintra, Granja do Marquês, rumo a Oran sendo escoltado por 12 aviões militares até Setúbal indo depois só, cujo o seu grande desafio que era chegar à Índia.
Passou por La Sénia, Tunis, Argel, Tripoli, Benghazi, Alexandria, Mersa Matruh, Gaza,  Bagdade, Amã, Rutbah, Bagdade-Oeste, Lingeh, Djask, Carachi, Diu, Goa.
Carlos Bleck 15 dias depois tinha efectuado um dos vôos solitários mais importantes dos anos 30 da aviação portuguesa.

Fundador, da CTA – Companhia de Transportes Aéreos, antecessora da TAP, a aviação comercial preencheu o resto da vida de Carlos Bleck.

Carlos Bleck é sem dúvida, uma personalidade, hoje  ingloriamente esquecida e ignorada pelas novas gerações, assim como não existe qualquer avião da Tap baptizado com o seu nome.

Vasco Callixto referiu que recebeu das mãos de Carlos Bleck um exemplar de “Rumo à Índia”, o precioso volume onde revela toda a sua actividade aeronáutica e que guarda com muito carinho.
Carlos Bleck consta da obra de Carlos Callixto, “Fala a Velha Guarda” onde concede uma entrevista em 1957, durante a qual recordou as fases mais marcantes da sua vida de aviador.

Com uma enorme lucidez debaixo dos seus 93 anos, Vasco Callixto terminou a palestra com a emocionada expressão “Recordar é viver”.

Nesta simbólica Homenagem, estiveram presentes familiares de Carlos Bleck assim como de varias personalidades ligadas à Força Aérea.

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Célia Mesquita Rocha. 28 de Abril de 2017. Fotos pela autora realizadas na palestra.

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