Da leitura do relatório definitivo do acidente com a aeronave CS-ULL, que ocorreu em 2012, recentemente publicado pelo GPIAA (mapa síntese dos acidentes e incidentes ocorridos em 2012) sobressaem alguns aspectos importantes que, na maioria das vezes, consideramos naturalmente óbvios, mas que quando conjugados com algumas situações pessoais, podem levar à primeira capa dos jornais e respectivos relatórios do GPIAA.
Cada um tirará as necessárias ilações dos factos relatados no relatório, mas estaremos todos de acordo que a maioria – para não dizer a totalidade – dos acidentes com fatalidades na aviação ultraleve em Portugal nos últimos anos, se deveram ao (mau) binómio decisão/atitude. Soa a lugar comum, mas parece estar claro que depende de cada um de nós, melhorar a atitude e a capacidade de tomar (boas) decisões. Para quê? Para a segurança da nossa integridade física. E claro, dos outros também. E já agora, das coisas que voamos.
Portanto, com a nossa “atitude” em alta, vamos manter em “alta” o numero baixo de acidentes / incidentes com ULM em Portugal.
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O último ano em que não se registaram fatalidades na aviação ultraleve em Portugal, foi em 2011. Voada que está mais de metade de 2016, a estatística segue limpa de acidentes e incidentes, no que a ULM diz respeito. Bem sei que tudo isto está publicado, não é nada de novo, mas relembrar que depende de nós, também é um facto recorrente e não será demais reforçar. As ferramentas estão aí: o que aprendemos no curso para a obtenção da licença, as publicações aeronáuticas, a internet, os encontros, a conversa com os outros, os manuais, os checklist, etc., etc… e o PAPE! Lembram-se? Não? Apresentado em 2012, pelo então Presidente da APAU no Forum de Segurança acolhido pela Força Aérea em Sintra, já depois do acidente aqui referido, resume tudo o que atrás se escreveu, e pode ser considerado um ASA – Auxiliar de Segurança Aeronáutica:
Piloto – Avião – Pressões externas – Envolvente
Permitam-me o descritivo de cada um dos factores:
Piloto:
- Fadiga
- Álcool
- Medicação ou doença
- Proficiência
- Emoções
Avião:
- Performance
- Pistas
- Peso e Centragem
Pressões externas:
- Factores emocionais
- Alguém à espera no destino
- Reunião importante
- Objectivo urgente
Envolvente:
- Terreno
- Espaço Aéreo
- Meteorologia
- Planeamento
- Origem e Destino (condições)
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Identifique os “OK´s” e os “KO´s” para cada um deles.
Se tiver DOIS ou mais com “KO”, a única opção é NÃO VOAR.
Se for apenas um, verifique / analise / decida, se é um factor determinante ou, se está dentro dos limites, permitindo o voo.
Decida bem e em consciência!!!!
No dia 1 de Janeiro de 2017, será absolutamente fantástico podermos comemorar um 2016 isento de acidentes / fatalidades. E isso depende de cada um de nós!!
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Nuno Franco. 22 de Agosto de 2016