SKYDEMON – Útil e prático mas…

Os automatismos estão cada vez presentes no nosso quotidiano. E quando falamos de aviação falamos de ferramentas importantes que, quer pilotos quer controladores, usam para minimizar o dispersar de atenções.
Introduziram-se ao longo dos tempos redes e sistemas de segurança que mitigam alguns erros na manipulação, quer nas acções que o piloto possa indevidamente tomar, quer no controlo do tráfego aéreo e sempre com o objectivo principal, que ambos tenham a todo o tempo o foco no evento principal, pilotar ou controlar.
Identificadas as patologias, defeitos ou melhoramentos, as ferramentas aos poucos e com base na experiência reportada para os técnicos que as produzem, adoptam e adaptam-se às necessidades reais dos seus utilizadores.
Vem a propósito uma ferramenta software prática, excepcional e de uma utilidade inegável que é amplamente conhecida de ambos os lados, pilotos e controladores, o SkyDemon VFR flight Planning software.
E porque trouxe eu o SkyDemon perguntam, se existem tantos outros GPS de navegação aérea?
A resposta é simples e mereceu já um reporte de melhoramento para o fabricante por quem de direito. O SkyDemon permite ao aviador com um simples tocar de ecrã introduzir vários pontos de rota e a partir daí fazer e enviar para o Centro Controlo de Tráfego Aéreo um Plano de voo com os dados da aeronave e pilotos já pré determinados. Até aí muito bem, excelente diria eu, pois liberta o piloto para outras tarefas como sejam o “andar à volta” da aeronave, fazer o checklist, preparar a rota, verificar meteorologia, preparar o(s) passageiro(s), enfim deixar o piloto focado no essencial do pré voo.
A questão é que, quando o Plano de Voo chega ao Centro de Controlo de Tráfego Aéreo, ao Sistema de tratamento de dados de voo depois de ter sido enviado via Internet, a rota do Plano de Voo é uma amalgama de coordenadas tal como podem ver na figura.
Fitas Progresso Voo 2
Os sistemas automáticos existentes em Controlo de Tráfego Aéreo, ainda não conseguem “ler” as coordenadas e transformá-las em pontos geográficos criando assim esta situação uma dificuldade acrescida ao Controlador.
Para o Controlador que está numa posição de controlo ter na mesa de trabalho uma série de “flight strips”, Fitas de Progresso de Voo, preenchidas com coordenadas torna-se num pesadelo pois não consegue discernir a rota de uma maneira prática e rápida, nem muitas vezes de onde vem e para onde vai a aeronave, se entretanto os aeródromos não tiverem também eles indicador ICAO.
P50912-074935
Como foi referido em cima, o problema está a tentar ser resolvido a montante pois o utilizador final não deve estar focado nesta “anomalia”, no entanto e devido ao elevado numero de Planos de Voo que chegam ao Centro de Controlo de Lisboa com esta matriz, seria ideal que os aviadores utilizadores desta ferramenta escrevessem no campo 18 do Plano de Voo os pontos de rota que pretendem seguir tal como no exemplo:

RMK/ROTA VISEU COIMBRA FATIMA SANTAREM

Os Controladores de Tráfego Aéreo de Lisboa e de Lisboa Militar agradecem.

José Rocha