Introdução ao FUA (Flexible Use of Airspace), Espaço Aéreo Flexível

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O conceito FUA, (Flexible Use of Airspace) Espaço Aéreo Flexível, reflecte uma política de gestão de espaço aéreo, em que determinadas áreas poderão ser utilizadas por tráfego civil ou militar optimizando a sua utilização. São porções de espaço aéreo fixas geograficamente, que poderão ser activadas a qualquer momento por entidades militares para a realização de exercícios aéreos.
É uma optimização de algumas aéreas militares de modo a que não estejam sempre activas e assim se saiba quando e como estarão as áreas activas.
Muitos dos países europeus possuem uma AMC, Célula de Gestão de Espaço Aéreo que recebe das agências militares as reais necessidades das áreas que pretendem ocupar para o próximo dia, nomeadamente ao nível de altitudes ou níveis e horários de activação. È feita uma mensagem UAP, Mensagem de Planeamento de Espaço Aéreo que é enviada para o EUROCONTROL que se encarrega de disseminar no seu sítio a informação até 06:00 UTC de modo a que as companhias aéreas, agências de operações aéreas, escolas de aviação e pilotos privados possam programar os seus voos evitando essas áreas. Evita-se assim a segregação permanente das áreas. Evitam-se igualmente violações de espaço aéreo. Evitam-se assim impactos permanentes nas rotas aéreas.
Podem ser três os níveis de activação das áreas que produzem impacto ao tráfego aéreo:
Nível 1, Estratégico – definição de uma correcta política do espaço aéreo nacional e estabelecer estruturas de espaço aéreo predeterminado (áreas);
Nível 2, Pré-tático – activação dia-a-dia do espaço aéreo de acordo com as reais necessidades dos utilizadores (o que publicado por nós diariamente);
Nível 3, Táctico – utilização real do espaço aéreo, ao momento, permitindo uma segura evolução do Tráfego Operacional (militar, OAT) e operações do Tráfego Aéreo Geral (GAT) (daí a necessidade do contacto com os Órgãos de Tráfego Aéreo, ATC, ou Serviço de Informação de Voo, FIS).
A nossa representação gráfica funciona ao nível do Pré-táctico, sempre suportado pela informação emanada pelo EUROCONTROL.
O conceito FUA é diferente do NOTAM. A área de um NOTAM pode ser uma qualquer porção de espaço aéreo do território nacional, enquanto que as ÁREAS FUA estão pré-designadas em publicações oficiais: AIP, Manual VFR, AIP Militar como activáveis por agências militares.
O NOTAM requer um planeamento antecipado o que por vezes não vai de acordo com as reais necessidades que as agências militares pretendem.
O NOTAM pode ser planeado e requerido para qualquer sítio do território nacional e elaborado mediante as necessidades de um utilizador militar ou civil.
As áreas sujeitas a gestão AMC na FIR de Lisboa são todas aquelas que constam no AIP Civil de Portugal, ENR 5.1. As áreas de aproximação dos aeródromos Militares afectos à Força Aérea Portuguesa, nomeadamente as áreas Restritas de Sintra (LP-R42B), Monte Real (LP-R60B) e Beja (LP-R51BN/LP-R51BS) a partir de níveis publicados na secção ENR 5.1. A maior parte das áreas Perigosas (Danger Areas) são geridas pela célula AMC, Célula de Gestão de Espaço Aéreo tal como a LP-D28B, LP-D10, LP-D66, LP-D25 (a cima 5500pés), LP-D48N, LP-D48S, LP-D67, LP-D62 e LP-D63. As áreas reservadas temporariamente (TRA, Temporary Reserved Airspace) também são sujeitas a gestão e fazem parte deste grupo a LP-TRA13, LP-TRA57, LP-TRA54, LP-TRA55 e LP-TRA56 entre outras. Aconselha-se a consulta do AIP Civil, secção ENR 5.1, “Navigation Warnings” para obter informação detalhada sobre estas áreas.
O conceito europeu do FUA – O espaço aéreo ou parte dele não é apenas ou será apenas designado como militar/civil mas antes considerado como contínuo e flexível uso numa base de activação diária e em casos excepcionais, ao activação ao momento.
Para mais informação e para consultar as áreas que são afectadas pela Gestão Flexível de Espaço Aéreo, AMC consulte o AIP, Secção ENR 5.1, “Navigation Warnings”